Direção: Tatiana Vinhais / Dramaturgia: Diones Camargo e Tatiana Vinhais / Elenco: Alexandre Borin Antunes - Diego Acauan - Fabrizio Gorziza - Francine Kliemann - Frederico Vasques - Jéssica Bittencourt - Manoela Wunderlich - Pablo Damian / Guias: Elieto Rocha





quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

O PRÉDIO 255

Situado entre a Rua da Alegria e a Rua da Cadeia, hoje Rua General V e Av. Salgado F, respectivamente, as grandes portas de ferro do Prédio 255 impedem a entrada de turistas desavisados. Muitos viajantes costumam passar por ali. Atualmente conta-se a história de um casal que entrou lá e não voltou. Dizem que ele morreu em uma daquelas salas que em dias "normais" não se pode frequentar. E dela, dizem que ainda se pode ouvir o barulho dos seus chinelos arrastando no chão de ladrilhos, no quarto contíguo.

Dizem também que o céu de lá é inacreditável e que o ar é o mais puro que se pode respirar, e às vezes – poucas, aliás – isso parece ser a maior verdade do mundo. Têm dias que depois do pôr do sol o prédio é invadido por barulhos de apitos de chaleira e de trens, e o cheiro de raxixe se mistura com a fumaça das fogueiras e com odores diversos. As variadas etnias, com seus hábitos pitorescos e suas palavras incompreensíveis, fazem o calor do dia ou o frio da noite parecerem não mais que um ligeiro mal estar hospedado na pele do viajante. Mais tarde, por volta das dez da noite, quando o barulho da rua se perde dentro das centenas de casas empilhadas em volta da General V, é possível perambular livremente pelos corredores do Prédio 255. Mas é necessário ter muito cuidado: devemos ter sempre em mãos um mapa, pois muita gente já se perdeu lá dentro; não podemos correr o risco de perder mais passageiros no trajeto.

Consegui o mapa de dois caminhos que podem facilitar a nossa chegada, E COMO PASSAGEIROS DEVEMOS ESCOLHER UM ITINERÁRIO, UM CAMINHO APENAS. Nas fronteiras entre um ponto e outro é possível que nós, passageiros, nos encontremos e quem sabe até mesmo mudemos de direção. Ou então, se quisermos voltar noutro dia e embarcarmos de novo e seguir pelo outro caminho, estamos livres para essa decisão. Mas é bom lembrar que nossa viagem, assim como qualquer outra, não durará para sempre. Não podemos cometer o erro fatal de negar a existência do tempo.

Espero a resposta de todos, pois ainda tenho que confirmar os lugares no trem. Consegui também dois lugares no carro dos Lyle – que apesar da companhia um tanto desagradável, é bem mais confortável. Alguém?

Boa viagem à todos, e que o Céu nos proteja.

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